segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Os inimigos da masculinidade cristã


Há uma preocupação latente nos dias de hoje. Temos visto profundas transformações políticas e sociais em nossa nação e, ao mesmo tempo, um processo denso de desconstrução essencial na figura masculina que habita a pós-modernidade. O homem que diz ser “macho” já é taxado nesta sociedade de “machista”. E o homem que se feminiza exacerbadamente é elevado às alturas da aceitação pública e midiática.

Ser homem neste tempo é mais do que um desafio – é um peso que os fracos não podem suportar.

A comunidade da fé está enfraquecida porque os homens estão escondidos em algum quarto de frente para uma televisão jogando GTA. As esposas estão chorando e cansadas porque tem dois meninos em casa para criar: um de 2 anos e o outro de 30. As crianças encontram mais referências pessoais na TV, na Internet ou na rua do que em casa. Definitivamente, homem é uma “raça” em extinção!
  Programa que ensina a Bíblia vira febre na Internet

No entanto, o que pode mudar neste cenário? Será que continuaremos assistindo de camarote a derrocada da família tradicional por causa da omissão de maridos e pais? Será que não há mais esperança para essa mulher ou para essa criança? Será que a sociedade continuará sofrendo com as estatísticas cada vez mais avassaladoras que minimizam a expectativa e a qualidade de vida do homem no mundo? Sinceramente e particularmente, não tenho uma resposta concreta para tantas perguntas, mas sei que há um Deus Soberano no trono desta criação.

E este Deus, tão glorioso que é e tão misterioso, assumiu a identidade do homem. Este Deus se fez homem. Ele reavivou a esperança do mundo pela instrumentalidade do gênero humano masculino. Não é à toa que por um só veio o pecado e que por um só também veio a justiça (Rm 5.17).

Jesus tem a palavra da vida eterna que redime o homem do que seu maior inimigo: si mesmo.

E é debaixo do ensino de Jesus que podemos encontrar a solução deste mal que tem devastado lares, casamentos e histórias lindas em potencial. Vamos elencar abaixo cinco inimigos da masculinidade cristã e já ponderarmos caminhos para que possamos derrota-los; e, assim, vivenciarmos grandes transformações em nós e nos nossos. São eles:
Imaturidade espiritual

Um homem não é feito da noite pro dia. E.M Bounds diz que “é preciso 20 anos para se preparar um sermão, porque são necessários 20 anos para formar um homem”. E isso não tem muito a ver com o tempo em si, e sim com o esforço pelo crescimento que gera recompensa. Numa sociedade fast-food como a nossa, adentrar em projetos de longo prazo parece para muitos uma perda de tempo, contudo é esse o caminho bíblico para o amadurecimento espiritual que resultará no pastoreio do lar. Homens imaturos espiritualmente estão falhando na liderança de suas casas, impedindo que suas esposas e filhos desejem mais a Cristo e busquem a glória de Deus. A imaturidade espiritual se vence pelo exercício da piedade cristã, se devotando mais a Jesus e abandonando as alianças que foram feitas com a carne e os desejos maus.
Imaturidade econômica

Somos bombardeados pelo consumismo e pelo entretenimento, de modo que o dinheiro simplesmente nos falta devido à sua má gestão. Gastamos muito naquilo que não é essencial e falhamos quase que todo dia na arte de economizar. Tudo isso é uma demonstração de que o senso próprio de responsabilidade no Reino está enfraquecido, quiçá inexistente. Precisamos enfrentar o sentimento irresponsável e inconsequente (tão comum nos adolescentes) e direcionar a razão para as decisões que implicam diretamente nas nossas contas e necessidades básicas. Não adianta sair gastando com cinema, viagem ou com aqueles milhares de luxos supérfluos e ter a dispensa vazia por conta disso.

E também precisamos nos dedicar ao nosso emprego, buscando “segurá-lo” (ainda mais no país com a crise que está) e não dando brechas para uma possível demissão sem justa causa. A imaturidade econômica tem roubado o sono de muitos cônjuges e o homem é o maior responsável pela proteção da casa, inclusive financeira. É importantíssimo que se busque a orientação bíblica, a sabedoria do alto pela oração e o aconselhamento com vistas de restabelecer a ordem e a decência na administração dos recursos que Deus dá para a sua família subsistir mês a mês.
Imaturidade física

O homem possui ombros mais largos para poder servir melhor a sua família fisicamente. Não somos mais fortes para abusarmos de nossas esposas e filhos, nem para trata-los com violência e ira, mas para protege-los e cuidarmos melhor de todos no recôndito familiar. Satanás tem manipulado mentes neste tempo fazendo o homem gastar todas as suas energias na produção da violência e do orgulho, quando Deus o criou para usar tal energia para fins de serviço e cuidado. Não permita que o seu corpo deixe de louvar ao Criador por causa das influências malignas que tentam te reduzir a uma imagem e uns músculos. Seja um homem santo que se alegra na verdade de que é a habitação do Espírito de Deus!

*Tirando o caso de quem possui uma enfermidade ou incapacitação física, temos em Deus uma vocação para maturidade física, de modo que seja visível a nossa proeminência masculina na sociedade.

Portanto, combine na sua maneira de viver o compromisso e o vigor para que sua família seja protegida e, o teu Deus, exaltado.
Imaturidade sexual

Este inimigo precisa ter o seu poder reconhecido. O homem pós-moderno é um escravo sexual. Somos tentados todos os dias a reduzir a mulher a um corpo de carne andante, e não temos o controle muitas vezes dos nossos impulsos lascivos. A questão da imaturidade sexual se revela e se esclarece no discipulado (ou na falha dele). Os jovens cristãos de hoje em dia não estão conseguindo entrar no casamento virgens, e muitos se enganam pelo que ouvem na escola ou na faculdade. Na questão da moralidade sexual, ser “retrógrado e atrasado” é a chave para o sucesso futuro com o seu cônjuge. Quando não sabemos lidar bem com isso, principalmente mediante ao que tememos ou não acerca da vontade de Deus para nós, tendemos a nos frustrar precocemente. E a precocidade pode se agravar na relação direta com a sua esposa.

Lute pela santidade no seu casamento. Considere que o sexo não é apenas prazer (contudo, não é apenas para fins reprodutivos), e que o escopo do desígnio de Deus para a vida humana passa por sua sexualidade. Uma sexualidade sadia adora àquele que a criou; porém, uma sexualidade adoecida é um mal-em-si que entristece o Espírito Santo. Não seja vencido pela fraqueza sexual e não se omita na sua busca pela maturidade neste aspecto da vida. Se esforce pelos meios de graça e se fortaleça no amor divino, bem como no amor marital.
Imaturidade pessoal

A nossa maior batalha é a batalha pela integridade e pela piedade. Temos todas as armas, mas não basta apenas deter o poderio bélico contra a imaturidade pessoal. Precisamos de coragem para não recuarmos ante os desafios que sempre exigirão de nós confissão, arrependimento e muitas mudanças nos hábitos e nas escolhas. Precisamos aprender com o fracasso, reconhecer as fraquezas e admitir derrotas. Mas também precisamos nos posicionar firmemente em nossas relações conjugais, familiares e comunitárias, demonstrando que somos adultos e responsáveis na colaboração e na construção de uma nova consciência, aquela que prioriza a Deus, o cônjuge, os filhos, a comunidade e a cidade, não negociando a ordem dessas prioridades em nossas vidas.

A masculinidade bíblica, para ser aplicada nos dias de hoje, exige muita coragem de quem a intenta aplicar. Não basta ter boas ideias na mente e palavras belas nos lábios; é preciso de mãos e pés firmados na verdade, na santidade e no amor. Não podemos nos permitir viver fora de um olhar fixado na pessoa de Jesus Cristo, que é o nosso Modelo Supremo de ser homem, e não devemos aceitar que este mundo nos defina, pois a Escritura já estabeleceu que fomos recriados pela fé à imagem do Filho, que foi e é homem como ninguém ousou ser, e que nos ajuda em todas as dificuldades, dores, perdas e tribulações.

Fonte: Gospel Prime, por Maycson Rodrigues

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Cristãos como peças de engrenagem



As igrejas evangélicas contemporâneas adotaram uma prática religiosa que limita o crescimento pessoal de seus membros. Essa é a visão do pastor Ed Rocha, que está à frente de um movimento de discipulado chamado Pier49.

Para o pastor Rocha, as igrejas centralizadas – que ele chama de senzala – terminam tornando a experiência em comunidade algo artificial e impedem que os fiéis tenham oportunidade e liberdade de questionar seus líderes.

“Existem igrejas que querem formatar você. Numa igreja com o sistema senzala, as pessoas são atraídas pela presença de Deus, mas são estimuladas — muitas vezes de forma sutil e subliminar — a serem formatadas”, opina.

As grandes congregações, com centenas ou milhares de membros, têm uma deficiência: seus pastores são limitados em sua capacidade de influenciar corretamente. “A psicologia diz que você consegue influenciar até 100 ou 150 pessoas no máximo. Passando disso, o relacionamento passa a ser plástico”, diz o pastor.

“Em um modelo de liderança centralizada, as pessoas não podem ser quem são, dizer o que pensam e se expressar como gostariam. Elas acabam se formatando dentro de um molde predeterminado que, muitas vezes, é contrário à sua própria natureza. As pessoas acabam abraçando os hábitos, os jargões, a linguagem, o comportamento e a cultura daquela igreja para se sentirem parte do grupo”, avalia.

A cultura evangélica nacional é um ponto de sustentação do argumento do pastor, já que não é raro encontrar, dentro das diversas correntes do evangelicalismo brasileiro, subdivisões que são marcadas pela forma característica de se vestir, cultuar e até dialogar, à base de termos (reteté, por exemplo), que só fazem sentido naquele universo comunitário.

“Jesus liderava através da humildade e do serviço. O sistema de liderança de Jesus não é centralizador, não depende tudo dele. Pelo contrário, ele empodera as pessoas e compartilha a autoridade que ele tem”, observa o pastor.

O avivamento, tão sonhado pela Igreja, pode acontecer através de uma mudança na forma de discipular os fiéis: “Jesus chamou para serem discípulos quem ele queria. Na igreja você acaba tendo que discipular pessoas que não escolheria. Mas o sistema te força a isso, porque é um sistema de discipulado geográfico. A afetividade não é levada em conta a afetividade e você acaba recebendo pessoas que você não deveria confiar a intimidade do seu lar”.

Polêmico, Rocha sugere que a afinidade entre os fiéis seja um critério para a formação de pequenos grupos, que se reúnem em cultos domésticos, estudos da Palavra, lazer e outras atividades.
“Quando há um relacionamento baseado em amor, é possível olhar nos olhos e dizer o que se pensa, porque não há medo de perder o relacionamento. Quando o relacionamento é baseado em comportamento, a pessoa fica sempre preocupada em ofender, fazer algo errado e perder a conexão”, afirma Rocha.

“Muitas igrejas têm essa mentalidade de máquina, onde quando você não começa a funcionar de acordo com o padrão, é trocado por outro que funcione. Nesse tipo de relacionamento comportamental, nós somos peças na máquina. A partir do momento em que a peça está defeituosa, ela é trocada e esquecida. É colocada uma peça nova que faz a máquina continuar funcionando”, critica o pastor.


Por fim, Ed Rocha demonstra audácia ao fazer uma crítica severa, mas construtiva: “O problema é que hoje, em nosso sistema eclesiástico, o que sustenta a igreja não é o amor, mas sim a performance. Só quando nós abraçarmos o modelo de discipulado por afetividade e de igreja descentralizada que Jesus deixou para nós, iremos viver a plenitude do nosso chamado como igreja, que é ser uma família”, conclui.

Fonte: Gospel+, por Pr. Ed Rocha

segunda-feira, 17 de julho de 2017

O Deus que se revela




Moisés disse ao Senhor: “Rogo-te que me mostres a tua glória” (Êxodo 33.18). Efetivamente, ele perguntou: “Quem tu és, Deus?”. Deus respondeu com estas palavras: “Farei passar toda a minha bondade diante de ti e te proclamarei o nome do SENHOR; terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem eu me compadecer” (versículo 19). Ele prometeu se revelar. Mas nenhum homem pode ver a Deus e viver. Isso é demais para qualquer ser humano, e para o homem pecador, em particular.

Deus ordenou que ele se levantasse sobre a penha, e disse: “Quando passar a minha glória, eu te porei numa fenda da penha e com a mão te cobrirei, até que eu tenha passado. Depois, em tirando eu a mão, tu me verás pelas costas; mas a minha face não se verá” (vv. 22-23). Moisés fez bem em perguntar a Deus quem ele é, em vez de dizer a Deus quem ele gostaria que Deus fosse. Assim, Deus estava se revelando parcialmente a Moisés. Ele passaria, protegendo-o com sua própria mão, e proclamaria o seu próprio nome. Isso significava muito mais do que simplesmente pronunciar o nome Yahweh — “SENHOR” em nossas traduções em português — para que Moisés ouvisse. Deus proclamaria a sua natureza:

“E, passando o SENHOR por diante dele, clamou: SENHOR, SENHOR Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até à terceira e quarta geração!” (34.6-7).

“SENHOR, SENHOR” — ali Deus se revelou a Moisés pelo seu nome pessoal, Yahweh. Ele é o grande Eu Sou. Ele é o Deus autoexistente, imutável, por quem todas as coisas existem, e ele é misericordioso, gracioso, longânimo, cheio de bondade e verdade.

O perdão é tão importante que é expressado usando três termos semelhantes: “perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado”. Ele abunda em perdão e misericórdia. Mas o nosso Deus, de acordo com Sua autorrevelação, também é justo. Nosso texto afirma que ele não vai simplesmente inocentar o culpado. Seria contrário à sua natureza simplesmente ignorar o pecado. A justiça deve ser feita por causa de quem Deus é. Nosso Deus deve ser fiel a quem ele é. Mas como ele pode ser misericordioso e justo ao mesmo tempo? Como ele pode agir de uma maneira consistente com esses dois atributos? Se ele mostra somente misericórdia, a justiça é posta de lado. Se somente a justiça for satisfeita, não há misericórdia.

A resposta é a encarnação e a cruz. O Pai, por ser misericordioso e justo, enviou o Filho para representar todos aqueles que o Pai havia dado a ele (João 17.18-23; Efésios 5.25-32). Sem deixar de ser Deus, o Filho tomou para si uma natureza humana, e tendo sido concebido pelo Espírito Santo e nascido da virgem Maria, ele viveu perfeitamente sob a lei de Deus, guardando a lei que Adão quebrou. Ele voluntariamente foi à cruz, levando os seus eleitos, como sua cabeça federal (representativa), para serem um com ele, e levando o nosso pecado. Ele, então, suportou a ira do Pai, pagando a dívida que não podemos pagar.

Paulo diz em 2 Coríntios 5.21: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus”. Ao fazer-nos um com Jesus, o Pai pode ter a sua ira derramada sobre o Filho. A justiça foi feita e nossa culpa foi removida. Na cruz de Jesus, nós encontramos tanto a maravilhosa misericórdia quanto a perfeita justiça de Deus em plena exibição.

Voltemos para Moisés. Ele sabia que nenhum homem poderia ver a Deus e viver, mas Deus disse que enquanto a sua glória passasse, ele colocaria Moisés numa fenda da rocha e cobriria o profeta com a sua mão. Davi conhecia bem essa figura, dizendo: “O SENHOR é a minha rocha, a minha cidadela, o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo em que me refugio; o meu escudo, a força da minha salvação, o meu baluarte” (Salmo 18.2). E Paulo deixa claro que a Rocha da nossa salvação é Jesus (1 Coríntios 10.1-4). Nosso Deus faz por aqueles que confiam em Cristo o que ele fez por Moisés. Ele nos esconde na fenda da Rocha. Ele nos esconde em Jesus. Em Cristo, os nossos pecados são perdoados. Nele, somos salvos da ira de Deus. Nele, conhecemos tanto a justiça quanto a misericórdia.


Fonte:
Ministério Fiel - David Kenyon
Tradução: Camila Rebeca Teixeira
Revisão: André Aloísio Oliveira da Silva
Original: Who is God?

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Estamos de Volta



Depois de longos meses de ausência, retornamos hoje às atividades, com muitas novidades! Fiquem atentos e continuem acessando, pois faremos uma série de posts com indicação de bons livros e matérias especiais sobre os comentários bíblicos existentes no mercado. Não percam!
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