segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Submissão e liderança no lar em que nasci


A Mensagem do último domingo foi sobre o significado da submissão no casamento. Eu não tive tempo para esta ilustração final. Portanto, considere isto como uma aplicação ao final daquela mensagem. O ponto é que o papel de submissão de minha mãe em relação ao meu pai não era devido a competências menores. Era devido à natureza da masculinidade e feminilidade dadas por Deus, e em como ela é planejada no casamento para demonstrar o relacionamento de aliança entre Cristo e a igreja.

Eu cresci em um lar onde meu pai ficava ausente por cerca de dois terços de cada ano. Ele era um evangelista. Ele coordenava cerca de vinte e cinco cruzadas por ano, variando de uma a três semanas de duração cada. Ele saía no sábado, ficando fora entre uma a três semanas, e voltava na segunda-feira à tarde. Fui centenas de vezes ao aeroporto de Greenville. E algumas das memórias mais ternas da minha infância são o sorriso no rosto de meu pai quando ele saía do avião, descia as escadas e quase corria pela pista para me abraçar e beijar (não havia corredores suspensos naquele tempo).

Isto significava que minha irmã e eu éramos criados e treinados principalmente pela minha mãe. Ela me ensinou quase tudo de prático que eu sei. Ela me ensinou a cortar a grama sem deixar montinhos, e a usar o talão de cheques, e a andar de bicicleta, e a dirigir, e fazer minhas notas para um discurso, e a arrumar a mesa com o garfo no lugar correto, e a fazer panquecas (era para notar quando as bolhas se formavam nas bordas). Ela pagava as contas, fazia consertos, limpava a casa, cozinhava, me ajudava com minha lição de casa, nos levava à igreja, nos guiava nas devocionais. Ela era superintendente do departamento juvenil da igreja, líder do clube comunitário, e uma incansável benfeitora para muitas pessoas.

Ela era incrivelmente forte em sua solidão. O começo dos anos sessenta eram os dias em que os diretos civis vieram à tona em Greenville, na Carolina do Sul. A igreja votou, numa quarta-feira à noite, não permitir que os negros prestassem culto na igreja. Quando os votos foram colhidos, ela permaneceu em oposição, como me recordo, completamente sozinha. E quando minha irmã se casou na igreja em 1963, e uma pessoa da recepção tentou acomodar alguns amigos negros de nossa família isolados na galeria, minha mãe, indignada, desceu do altar e ela mesma os trouxe para o salão principal juntamente com todos.

Eu nunca conheci alguém como Ruth Piper. Ela me parecia totalmente competente, e transbordante de amor e energia. Mas eis o meu ponto. Quando meu pai vinha para casa, minha mãe tinha a extraordinária habilidade, sabedoria bíblica e humildade de honrá-lo como o cabeça do lar. Ela era, no melhor sentido da palavra, submissa a ele. Era algo maravilhoso de assistir semana após semana, conforme meu pai ia e vinha. Ele partia, e minha mãe comandava a casa com mão firme, competente e amorosa. Ele voltava, e minha mãe se submetia à sua liderança.

Quando ele estava em casa, era ele quem orava antes das refeições. Era ele quem dirigia as devocionais. Era ele quem nos levava à igreja, e nos vigiava nos bancos, e respondia às nossas perguntas. Meu medo pela desobediência mudava da ira da minha mãe para a do meu pai, pois nisso, também, ele tomava a frente.

Mas eu nunca vi meu pai atacar minha mãe ou humilhá-la de forma nenhuma. Eles cantavam juntos, riam juntos e se uniam para atualizarem-se mutuamente sobre o estado da família. Foi um presente de Deus que eu jamais poderia pagar ou merecer.

E eis o que eu aprendi — uma verdade bíblica antes mesmo que eu soubesse que estava na Bíblia. Não há relação entre submissão e incompetência. Existe esta liderança masculina que não rebaixa a esposa. Existe esta submissão que não é fraca, ou tola, ou manipuladora.

Isto nunca tinha passado pela minha cabeça até que comecei a ouvir a retórica feminista no final dos anos sessenta, de que este belo arranjo no meu lar era, de alguma forma, devido à inferioridade de alguém. Não era. Era devido a isto: meu pai e minha mãe colocavam sua esperança em Deus e criam que a obediência à sua palavra criaria a melhor família possível — como, de fato, criou. Portanto, eu vos exorto com todo o meu coração, considere estas coisas com grande seriedade, e não deixe o mundo conformá-lo em seu molde.

Fonte: John Piper, via Desiring God

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Você está descontente?




Cristãos devem ser pessoas contentes. Nós vemos isto demonstrado nas Escrituras através da vida do apóstolo Paulo (Fp 4.9-11). Também vemos que isso nos é ordenado em Hebreus 13.5. Bom, o que é contentamento? Eu defini da seguinte forma: Contentamento é o tranquilo espírito interior que alegremente se submete à providência de Deus.

Como você sabe que está Descontente?

1. Você está murmurando sobre o Presente?

Se nós estamos reclamando sobre algo que estamos passando no presente momento, então estamos discutindo com Deus. Estamos dizendo que nós não deveríamos estar passando pelo que estamos passando. Nossas experiências presentes nos servem como um ímã para puxar a nós ou o nosso descontentamento ou o nosso contentamento. Se estamos murmurando, então podemos ter certeza de que nós não somos contentes. Estamos essencialmente dizendo que Deus está fazendo algo errado.

Devemos perceber que tal descontentamento questiona a sabedoria, bondade, e poder de Deus.

2. Você tem amarguras por causa do Passado?

Todo mundo já passou por dias difíceis. Alguns sofreram mais que outros, mas todos já sentiram o aguilhão do pecado e dor que nosso mundo decaído nos dá. Muitas pessoas vivem sob a nuvem de suas experiências passadas e se tornam cada vez mais amarguradas. Com o passar do tempo, nós revisitamos e analisamos as situações a partir da perspectiva de uma vítima, somente para alimentar a nossa amargura. Não podemos estar contentes no presente quando estamos alimentando amargura a respeito do passado. Estamos essencialmente dizendo que Deus fez algo errado.

Devemos perceber que tal descontentamento questiona a sabedoria, bondade, e poder de Deus.

3. Você está preocupando com o Futuro?

O que vai acontecer amanhã? Como saberei que realmente tudo vai estar bem? Onde vou trabalhar? Com quem casarei? Podemos fazer centenas de outras perguntas acerca do futuro, mas a conclusão é que nós não sabemos. E não podemos saber. Infelizmente, muitas pessoas sentam-se no cativeiro da preocupação a respeito do futuro e perdem o gozo do contentamento no presente. Jesus diz que isso é a característica do incrédulo (Mt 6:25-34) e não do crente, que conhece e confia em Deus. Se estamos nos preocupando, então estamos essencialmente dizendo que Deus fará algo errado.

Devemos perceber que tal descontentamento questiona a sabedoria, bondade e poder de Deus.

Como aconselhamos a nós mesmos?

1. Lembre-se da Doutrina da Providência.

Providência basicamente significa que Deus está trabalhando cumprir todas as coisas que devem acontecer. Ele está envolvido nos detalhes; por meio dela, com as Sua mãos, Ele sustenta e governa todas as coisas (como diz o catecismo). Isto significa que qualquer coisa que aconteceu, está acontecendo ou acontecerá vem com sanção divina. E mais, cristãos em especial devem ser encorajados a lembrar que a providência divina significa que ele está operando todas as coisas de forma que elas contribuam juntamente para a Sua glória e o nosso bem (Rm 8.28). Quando eu estou insatisfeito a respeito do passado, presente ou do futuro, então eu estou lutando contra o governo de Deus, questionando Sua sabedoria e duvidando do Seu amor. 
Se estamos insatisfeitos, então devemos nos lembrar da confortante doutrina da providência de Deus.

2. Lembre-se da Bondade de Deus.

Estar descontente é questionar a bondade de Deus. Lembremos que as coisas não estão “boas” porque dizemos que elas estão boas. As coisas estão “boas” porque elas estão consistentes com quem Deus é e com o que Ele diz que é bom. Ele é o juiz da bondade. “Tu és bom e abençoador” (Sl 119,68). Enquanto nós, como crentes, podemos ter dificuldades em aceitar o rótulo de Deus daquilo que é bom (Rm 8:28) nós podemos ter certeza de que a dificuldade não é com a definição de Deus, mas com a nossa percepção do que é bom. Nós podemos diagnosticar e aconselhar muito dos nossos problemas pessoais se interpretarmos nossas circunstâncias à luz do caráter de Deus ao invés de interpretar o caráter de Deus à luz das nossas circunstâncias. Ele é bom.

3. Lembre-se da cruz

O mais importante remédio que temos para nossas almas é a cruz. É o colírio que remove a irritação dos olhos das nossas almas e focaliza a nossa vista com clareza baseada na verdade. A cruz nos faz lembrar o que nós merecemos. Nós não merecemos misericórdia mas a recebemos. Deus interviu na nossa eterna celebração egoísta e pregou o nosso pecado na cruz (Col. 2:14). Não podemos jamais falar daquilo que merecemos quando estamos debaixo da sombra da cruz. A cruz nos lembra que Jesus recebeu o que nós merecemos e nós recebemos o que Jesus mereceu. É difícil murmurar e reclamar quando você lembra que merece o inferno.

Mas a cruz também nos lembra que Deus é confiável. Não é este o maior problema para nós? Você pode confiar em Deus? Bem, coloque-se novamente sob a sombra da cruz e deixe o apóstolo interpretá-la para você a aplicá-la às experiências da nossa vida:
“Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?” (Romanos 8:32)
Se você pode confiar em Deus para cuidar dos maiores problemas (pecado/morte) então você pode confiar que ele vai cuidar de você em coisas secundárias (tudo mais).

Se desejamos aprender a ter contentamento, então temos que ser capazes de reconhecer o descontentamento. Se estamos murmurando, amargurados ou preocupados então podemos ter certeza de que estamos descontentes. Devemos correr de volta ao Deus da Palavra e à Palavra de Deus para sermos 
relembrados da verdade.

Fonte: Por Erik Raymond, traduzido por Nayara Andrejczyk, via Reforma 21
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